Não é novidade que o esporte ensina lições de disciplina, trabalho em equipe, foco e persistência. O esporte de alto nível, como o vôlei, por exemplo, tem marcas ainda mais profundas a ensinar, principalmente para a vida profissional, independente da sua área.
Minha sobrinha, está dando seus passos no vôlei e tem ido muito bem (titia babona), o que me faz acompanhar alguns jogos. E não tem uma vez que assisto aos jogos, e não fico refletindo e correlacionando com a carreira, o quanto estar em quadra, participar de campeonatos, preparam essas jogadoras para a vida. Neste caso, são meninas de 13, 14, e até 12 anos.
Imagine o desafio de estar em uma quadra pequena, compartilhada com pelo menos mais cinco colegas. A torcida falando próxima e contra o seu time. O resultado contra no placar.
O jogo é ponto a ponto, e você tem que escolher ir até o fim. É necessário se comunicar com os colegas de equipe, pedir bola, alinhar o jogo, mesmo em um ambiente adverso com os nervos à flor da pele.
Em meio a isso, ainda é necessário saber focar e acertar o ponto sob vaias, críticas. O desafio é se desconectar dos ruídos externos e focar no que se sabe fazer de melhor, seja sacar, defender uma bola ou bloquear. Mesmo quando se está perdendo, o jogo exige que não se desista, afinal, outras pessoas também dependem de você naquela quadra.
Essas situações parecem familiares? Elas também acontecem no mundo corporativo, em entrevistas de emprego e negociações sob alta pressão.
Tal qual no vôlei, onde os atletas aprendem desde cedo a manter a alta performance mesmo nesses contextos, no mercado de trabalho também funciona dessa forma e é necessário sempre se lembrar das próprias capacidades e manter o foco.
Em uma entrevista de emprego, é normal sentir ao longo da conversa com o recrutador que o seu desempenho não está como esperava. O desafio é se manter focado mesmo assim, acreditar que ainda é possível virar o jogo, ponto a ponto, assim como no vôlei. Você precisa silenciar as vozes que fazem duvidar da sua capacidade e trazem insegurança, procurando se lembrar daquilo no qual é realmente qualificado para fazer. Em uma resposta você realmente pode virar o placar com o recrutador e voltar ao topo da disputa pela vaga, desde que mantenha o foco e não se entregue.
A capacidade de comunicação que vemos na quadra de vôlei também é uma lição para o trabalho em equipe fora do esporte. Quantas vezes você precisou realinhar a comunicação no seu departamento? Se um colega não comunica ao outro o status do projeto, como todos podem se ajudar? Se você não souber ouvir as demandas de outras pessoas que estão na quadra ao seu lado, a bola vai cair e o ponto será contra.
Estar preparado para manter a performance mesmo em situações de alta pressão é realmente uma exigência do mercado de trabalho para quem busca se posicionar em altos cargos. Mas nem sempre precisamos ir longe para ter os aprendizados e as inspirações que precisamos.
Por vezes, observar um jogo de vôlei, ou qualquer outro esporte de alto nível, já é suficiente para nos lembrar que não jogamos sozinhos e que precisamos manter o foco até o final para marcar ponto a ponto, revertendo situações negativas e até conquistando vitórias improváveis, seja em uma nova vaga de trabalho ou em uma negociação que parecia perdida.
Em alguns esportes, os recordes são quebrados na velocidade. Em outros, são partidas invictas. Há também aqueles em que mesmo com tropeços no início é possível ir até o final da disputa, como aconteceu com a Seleção Brasileira no Futebol Feminino das Olimpíadas: começaram mal, sem vitórias, a classificação veio no tropeço das adversárias, e elas chegaram até a medalha de prata.
Manter o foco, não desistir e saber se comunicar com quem está ao seu lado na partida é fundamental para crescer, seja no esporte ou na sua carreira profissional.
Será que você está preparado? É uma boa pergunta para se refletir daqui para frente.