A demissão costuma chegar como um balde de água fria. Mesmo quando você já desconfiava que poderia acontecer, o momento em si mexe com a autoestima, gera insegurança e, em muitos casos, traz um sentimento de injustiça, frustração… ou até um alívio.
Mas, por mais desafiador que esse momento seja, ele também pode marcar o início de uma nova fase. E é sobre isso que eu quero conversar com você hoje.
O primeiro passo: acolha seus sentimentos, mas não se prenda a eles
Ficar triste, com raiva ou até perdido por alguns dias é absolutamente normal. Você é humano, e é natural sentir. O problema está em ficar parado por tempo demais. A demissão pode ter sido inesperada, pode ter ferido seu orgulho, mas ela não define quem você é nem o que você tem a oferecer.
Acolha os sentimentos, converse com pessoas que já passaram por essa situação, fale com pessoas de confiança. Mas em seguida, comece a olhar para frente. Quanto mais rápido você conseguir transformar essa pausa em ação intencional, melhor e mais rápido será o seu processo de recolocação.
Peça ajuda — com naturalidade e intenção
Uma das maiores dificuldades que vejo nos meus clientes é: “Como vou contar para meus contatos que estou procurando emprego?” Ou então: “Não quero parecer desesperado.”
Entendo o receio. Mas a verdade é que quase todo mundo já passou por uma demissão. Então, se você quer ativar sua rede de contatos (e eu recomendo muito que faça isso), seja transparente. Quanto mais pessoas souberem do seu momento, mais oportunidades chegarão até você.
Organize sua rotina (e sua energia)
Buscar emprego dá trabalho. Mas, se você não se organiza, é fácil cair em dois extremos: ou você se sobrecarrega com mil tarefas e se frustra por não ter resultado rápido, ou passa dias meio perdido, sem saber por onde começar.
Crie uma rotina. Separe blocos de tempo para revisar e enviar currículos, atualizar seu LinkedIn, fazer networking, estudar para entrevistas. Mas não pare por aí. Inclua também atividades que te tragam bem-estar: caminhar, ir na academia em horário de herdeira, colocar a leitura em dia, cozinhar, escrever… o que fizer sentido para você.
A sua energia é um ativo importante nesse processo. Cuidar dela é parte do caminho.
E quando chega a entrevista… como falar da demissão?
Essa é uma pergunta clássica. E a resposta mais eficiente costuma ser a mais simples: conte a verdade, com maturidade e foco no aprendizado.
Evite longas explicações, não culpe a empresa nem entre em detalhes excessivos. O recrutador quer saber se você entendeu o que aconteceu e se está pronto para seguir.
A demissão é uma fase, e vai passar. Você vai evoluir. Vai aprender. Vai duvidar de si em alguns dias e se sentir potente em outros. Vai se emocionar quando uma boa conversa surgir, e talvez se frustrar quando não receber retorno. Mas isso faz parte. E vai passar.
Construa, um dia de cada vez, o seu processo de recolocação. Com coragem, com leveza e com propósito.
Não tenha dúvida: você não está começando do zero. Está recomeçando com tudo o que já aprendeu até aqui.
Você não controla o que aconteceu. Mas pode escolher o que faz a partir de agora.