Você Empregado

Recolocação profissional rima com marketing pessoal

Karine Camuci

No universo das artes, a rima é um recurso estilístico de linguagem usado em textos poéticos com a intenção de criar sonoridade, ritmo e musicalidade. É uma espécie de emenda entre os versos que “dá liga” ao conjunto da obra. Guardadas as proporções, o conceito de rima pode ser aplicado ao mundo do trabalho, na hora de encarar o concorridíssimo mercado em busca de uma oportunidade de emprego. Como? Unindo as estratégias de recolocação profissional às de marketing pessoal.

Ih, rimou!

Quem está à procura de uma vaga sabe muito bem que encontrar uma recolocação pode ser um baita desafio. Com o mercado de trabalho em constante transformação, a demanda por profissionais qualificados é cada vez maior por parte das empresas. Do lado de quem busca ocupação, nem se fala: a disputa pelas melhores oportunidades está dia após dia mais acirrada. Como se sobressair dos concorrentes, encantar os recrutadores e conquistar a tão sonhada vaga de emprego? É aí que surge o marketing pessoal.

 

Nunca vi, nem comi/ Eu só ouço falar (…)1

A concepção de marketing pessoal se refere ao conjunto de estratégias, táticas e ações que visam promover a imagem e as habilidades de uma pessoa frente a um grupo de indivíduos. Abrange o modo como alguém se apresenta e posiciona-se para o mundo, construindo e mantendo uma marca única, autêntica e valorizada. No contexto da busca por recolocação, o marketing pessoal pode desempenhar um papel decisivo, possibilitando que o profissional se destaque, seja reconhecido e alcance o objetivo que tanto almeja: o seu emprego.

 

Só quem consegue sentir essa magia/ Consegue entrar na mesma sintonia (…)2

Para “se jogar” no marketing pessoal, o ponto de partida é o autoconhecimento. Ou seja: compreender as próprias habilidades, competências, valores e propósitos é essencial para atrair a atenção de recrutadores e se destacar no concorrido mercado de trabalho. Significa identificar os pontos fortes e fracos, visando minimizar limitações e maximizar/desenvolver potencialidades. Essa consciência faz com que o profissional passe a se apresentar de modo assertivo, alinhando os seus princípios e objetivos aos das empresas em que deseja entrar.

 

Queixo-me às rosas/ Mas que bobagem/ As rosas não falam (…)3

 

Marketing pessoal engloba comunicação efetiva. Em outras palavras: saber transmitir as próprias qualificações, experiências e realizações, de forma clara e persuasiva. Começa a partir do envio de um currículo bem estruturado, e termina, já nas últimas etapas do processo seletivo, com uma entrevista arrebatadora, por exemplo. Redes sociais como o LinkedIn, claro, não ficam de fora, visto que hoje em dia elas são uma vitrine poderosa para exibir competências e estabelecer conexões importantes.

 

Criar meu web site/ Fazer minha homepage/ Com quantos gigabytes/ Se faz uma jangada e um barco que veleje (…)4

 

A construção de uma rede de contatos eficiente, o bom e velho networking, também faz parte das estratégias de marketing pessoal. Participar de encontros e eventos, por exemplo, é o tipo de ação que ajuda a estreitar relações profissionais, trocar conhecimentos e estar a par sobre as novidades e tendências do ramo em que se atua. Uma rede de QI sólida, física ou on-line, tanto faz, tem o poder de ampliar as possibilidades de recolocação profissional, uma vez que muitas oportunidades surgem, justamente, por meio de indicações e recomendações.

 

Uh uh uh que beleza/ Uh uh uh que beleza (…)5

 

Outro aspecto relevante é a imagem pessoal. A forma como nos apresentamos visualmente e a postura que adotamos têm um impacto significativo na percepção que os outros criam sobre nós. Um profissional que cuida da sua aparência, demonstra confiança e age de forma ética e coerente, invariavelmente, transmite uma imagem positiva. Eis aqui mais um ponto que ajuda a despertar o interesse de potenciais empregadores.

 

Tira, a máscara que cobre o seu rosto / Se mostre e eu descubro se eu gosto / Do seu verdadeiro jeito de ser (…)6

 

Por fim, é importante destacar que marketing pessoal não se trata de uma ação superficial, ou de tentar ser alguém que não se é. Pelo contrário: deve ser autêntico, verdadeiro, baseado em qualidades e valores genuínos. Trata-se de abolir “máscaras”. É sobre destacar as características que tornam cada profissional único, oferecendo valor às empresas, e, em última instância, para o mercado de trabalho como um todo.

Marketing pessoal, como falei no início, rima com recolocação profissional (e vice-versa). São a “emenda” e o “soneto” que podem “dar liga” na construção de novos caminhos.

Karine Camuci é consultora de carreiras e fundadora da Você Empregado, consultoria especializada em recolocação profissional e desenvolvimento de carreiras.

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