Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados no último dia 28 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa média de desemprego em 2022 caiu para 9,3%. É o menor patamar desde 2015, quando encerrou o ano em 8,5%. Na comparação com o período pré-pandemia de Covid-19, os números mostram um crescimento das contratações: a média, em 2019, foi de 11,9%. Já em relação a 2021, quando a taxa média de desemprego atingiu a marca de 13,2%, a melhora foi de 3,9 pontos percentuais. Mais vagas disponíveis no mercado de trabalho levam a um questionamento importante: como se preparar para conquistar uma oportunidade de emprego?
Uma das etapas mais importantes dos processos seletivos é a entrevista de emprego. Saber encantar os recrutadores logo no início, seja de maneira presencial ou remota, costuma ser determinante para garantir a tão sonhada vaga.
Existe uma série de dicas, inclusive muito conhecidas, sobre o que falar e como se comportar para sobressair-se em entrevistas de emprego. Por outro lado, pouco se comenta sobre o que não fazer nesses momentos, sejam presenciais ou online. Na minha avaliação, tão importante quanto saber o que e como expor numa entrevista de emprego é saber o que não fazer.
Listei 7 dicas sobre o que evitar (e o que fazer) em entrevistas de emprego para não “quebrar o encanto”:
#1 – Pesquisa: conhecer minimamente sobre a empresa a qual se concorre à uma vaga é imprescindível durante uma entrevista de emprego. Saber um pouco sobre a história, o nicho de atuação, os principais produtos ou serviços, e sobre a missão, a visão e os valores empresariais é fundamental. Esses dados são importantes, por exemplo, para embasar respostas a questões como: “por que você deseja trabalhar aqui?” Demonstra que o candidato pesquisou sobre a empresa e que tem interesse real na vaga em questão. É o tipo de atitude que faz com que ele “encante” o recrutador e se sobressaia em relação aos demais concorrentes;
#2 – Pontualidade: é crucial se programar para estar presente na hora marcada para a entrevista, seja ela presencial ou remota. No primeiro caso, recomendo calcular o tempo de deslocamento até o local do encontro, procurando chegar antes do horário combinado. É importante considerar imprevistos, por exemplo, como engarrafamentos. Já em relação a entrevistas online, a dica é testar com antecedência eventuais links de acesso enviados pelo recrutador, certificando-se que softwares ou aplicativos estejam atualizados, assim como a qualidade do sinal de internet. Mesmo com todas as precauções, caso seja inviável comparecer na horta marcada, a dica é avisar com a maior antecedência possível. É o tipo de atitude que demonstra respeito com o entrevistador. E que é bem avaliada;
#3 – Imagem: conhece o ditado que diz: “a primeira imagem é a que fica”? Pois bem, se tratando de entrevistas de emprego, a maneira como o candidato se apresenta influencia a percepção que o entrevistador constrói a seu respeito. Encanta o recrutador quem se comunica bem, responde a todas as perguntas com detalhes e traz exemplos que ilustram as próprias vivências, alinhando episódios passados da sua trajetória ao perfil de profissional que a empresa procura, sobretudo em termos de cultura, missão e valores empresariais. Encanta ainda mais o candidato que trata a todos com educação, cortesia, e, acima de tudo, com respeito.
#4 – Visual: outra dica “mágica” é escolher um visual que combina com a empresa e com a futura área de atuação. Na dúvida, vale usar formas simples e cores neutras, lembrando que, antes de tudo, é preciso sentir-se confortável. No geral, quase sempre são boas escolhas: camisa e calça sociais para os homens; e blusas, calças ou saias sociais para as mulheres. Recomendo o uso completo do traje não apenas para as entrevistas presenciais, mas também para as online. Vai que, por algum motivo, é preciso ficar de pé durante a entrevista no Zoom? Aparecer de bermuda esportiva, definitivamente, é o tipo de coisa que “quebra o encanto”;
#5 – Foco: durante a entrevista, é preciso estar 100% concentrado na… entrevista. Ou seja: nada de ficar disperso tratando outras mil e uma coisas, ou abrir dez abas no navegador do notebook, por exemplo, caso o encontro com o recrutador seja online. Outra coisa: fazer interrupções enquanto a outra pessoa fala não é um gesto muito bem-visto. Em uma entrevista de emprego, é essencial aguardar a vez de falar. Caso contrário, passa-se a imagem de alguém que não sabe ouvir: escutar é uma das habilidades mais requisitadas nos dias de hoje. Por outro lado, manter-se em silêncio, deixando o recrutador sem resposta, também não é uma atitude plausível. A minha dica é manter o equilíbrio da interação, como numa partida de ping-pong;
#6 – Críticas: acredite: fazer uma crítica é muito diferente de falar mal. Caso seja preciso durante a entrevista mencionar algo desfavorável em relação ao emprego anterior, pondere se realmente é necessário. Se for, tenha cautela de fazer a crítica de forma educada, polida, evitando um momento de desabafo. Além de transmitir uma impressão negativa, o entrevistador pode considerar que você fará o mesmo se um dia você deixar a empresa em que está concorrendo à vaga. Prudência, nesses casos, é a palavra de ordem. #FicaAdica;
#7 – Negatividade: ser negativo na hora de falar sobre o momento de vida atual é um dos equívocos mais comuns que os candidatos cometem em entrevistas de emprego. Compreendo que decepções e conflitos fazem parte da vida, mas recomendo deixar o desânimo de lado. Sobretudo, porque quem entrevista quer saber como você lida com desafios, não como se sente frustrado diante deles. É contraproducente. Uma dica? Esforce-se para não deixar transparecer negatividade durante a entrevista de emprego. Melhor: se achar necessário, até vale comentar sobre o contratempo que vem passando, mas, acima de tudo, enfatize o que está fazendo para transformar a situação.
Seguindo essas dicas, pode apostar: os recrutadores ficarão encantados.