Em algum momento da carreira, seja por escolha ou circunstância, muitos profissionais se deparam com o processo de uma transição de emprego. Estar desempregado – seja após anos de atuação em uma mesma empresa, como muitos, ou por uma demissão inesperada – é um momento em que diversas perguntas surgem: “E agora?”, “Qual será o próximo passo?” ou “Como me preparo para esse mercado tão dinâmico?”
O primeiro impacto de uma demissão costuma ser emocional, a sensação inicial é de susto e desorientação.
É preciso parar, respirar, colocar os pensamentos em ordem. Só depois disso vem o preparo para buscar uma nova oportunidade, e, para isso, é fundamental ter a confiança de que existe “um caminho” para seguir.
Para as Entrevistas: Preparo, Autoconfiança e Resultados
Não confie na sua memória, você precisa dedicar tempo e se preparar para todas – TODAS – as entrevistas que tiver. Relembre sua trajetória, faça mapas mentais sobre os principais pontos técnicos da sua área, explique em voz alta, em frente ao espelho. Tenha domínio deste assunto em profundidade.
Que a autoconfiança é treinável, você já sabe. Mas pode ser, que você tenha um ciclo de entrevistas sem sucesso, e esteja cansado, desacreditado de si. O preparo de uma entrevista, engloba você cuidar da sua energia, da sua motivação.
Imediatamente antes da entrevista, considere: ouvir uma música que você gosta muito, fazer uma oração, meditação, um banho gelado, e algum exercício físico que eleve sua dopamina. Flexões, polichinelo, podem te fazer muito bem!
Durante a entrevista, preste bastante atenção, em não começar a falar incessantemente, sem dar brechas para o entrevistador inserir as dúvidas e perguntas. O segredo é sentir o interesse do entrevistador, ajustar o nível de detalhe e saber quando expandir a resposta. Atente-se ao seu vocabulário (em entrevistas ou não), evitando o que costumo chamar de “palavras vazias” – afirmações sem sustento. ”Tivemos um excelente resultado. É preciso apresentar dados, fatos, resultados específicos, como “aumento de produtividade em 25%” ou “redução de desperdício de $880 mil”, para dar credibilidade às respostas e mostrar o impacto real do trabalho.
Além do foco, um aspecto muitas vezes negligenciado é o alinhamento de valores. É essencial que o candidato demonstre suas habilidades comportamentais alinhadas com os valores da empresa.
Fale sobre resultados e conquistas, alinhados com as exigências técnicas da vaga e como elas estão ligadas aos seus diferenciais. Profissionais da indústria, por exemplo, podem se beneficiar muito ao descrever projetos de maneira estruturada, dividindo a explicação em etapas e apresentando métricas tangíveis. Saber mostrar conhecimento sobre processos industriais e eficiência produtiva é uma habilidade essencial, mas também é preciso demonstrar que o bem-estar da equipe é uma prioridade.
Outro ponto é a autenticidade. Ao falar sobre si mesmo, sobre sua rotina e seus hobbies, o profissional humaniza sua história e cria uma conexão com o entrevistador. Lembrando das palavras de um cliente: “além de pedalar, estou sempre lendo”. Essa sinceridade nas respostas é importante, pois permite que o entrevistador veja o profissional em equilíbrio, alguém que busca desenvolver-se de forma contínua.
Quando questionado sobre mudanças, novas possibilidades, você precisa embasar suas respostas. Veja um exemplo sobre questionamento de disponibilidade para mudança de cidade. “Para mim é tranquilo, Campinas fica a 130 km de Paraisópolis, que é onde meus pais moram.” Isso dá confiança ao entrevistador de que a mudança é viável, oferecendo uma explicação concreta que reforça a disposição do candidato para a posição.
Ter ao lado alguém que compreende as dinâmicas do mercado e traz clareza para essa jornada de recolocação é uma vantagem que reduz o desgaste e aumenta a segurança.
Afinal, como costumo dizer, a oportunidade está aí, mas para conquistá-la, é preciso estar preparado.