Segundo uma pesquisa recente da empresa de recrutamento Robert Half, quase metade dos profissionais qualificados brasileiros (49%) almejam uma nova oportunidade de trabalho em 2023. Quando questionados sobre os eventuais desafios profissionais, 61% afirmaram que desejam mudar de empresa, mas que pretendem continuar na mesma área de atuação; ao passo que 39% alegaram que nutrem o anseio de migrar para uma nova área.
A aspiração de mudar de área, de empresa ou até mesmo de carreira é legítima. No entanto, provoca uma indagação igualmente genuína: por onde começar?
Acredito que o primeiro passo é a autoavaliação. Ela é o ponto de partida. É fundamental que a pessoa compreenda quem é, quais são os seus objetivos profissionais, valores e sobre o que tem aptidão para fazer. A partir daí, recomendo procurar entender a razão do descontentamento com o emprego: trata-se da cultura da empresa? Ou, dos valores que ela possui e que não são compartilhados pelo colaborador? Tem a ver com a atividade em si? Ou, se trata de questões como salário, benefícios ou tempo de deslocamento de casa até o trabalho, por exemplo? É muito importante compreender as causas do desejo de mudança.
Somente após uma análise introspectiva, genuína, é possível concluir se faz sentido mudar de empresa ou, talvez, cogitar uma transição de carreira.
É autoavaliando-se que o profissional tem a oportunidade de identificar quais atividades, áreas de atuação ou formatos de trabalho fazem mais sentido para si. Recomendo também ficar atento àquilo que traz satisfação; ao que é feito com relativa facilidade, que gera contentamento e pelo qual a pessoa se destaca. Satisfação tem a ver com felicidade. Acredito que é um importante indicativo, dentre outros, que ajuda a “descobrir” quais caminhos seguir. Com a autoanálise feita, é possível planejar quais passos serão dados em seguida.
Desafios
Mudar de área, emprego ou carreira ao longo do ano pode ser instigante, porém traz desafios. Mesmo com qualificação, o profissional especializado pode enfrentar dificuldades na hora de colocar a mudança em prática. Conter a ansiedade e manter a disciplina para fazer o que precisa ser realizado. Dentre outros desafios, esses dois, na minha avaliação, são os principais. Para superá-los, sugiro definir alguns marcos, indicadores, para o processo de transição. Eles ajudam a manter a motivação e o foco durante o caminho, possibilitando enxergar a evolução e a proximidade do objetivo.
Outro percalço enfrentado por aqueles que almejam a mudança é lidar com a opinião e com os preconceitos alheios, sobretudo aqueles relacionados à idade e ao retorno aos estudos. Como encarar tudo isso? Tendo claro onde se pretende chegar, compreendendo o porquê está se dedicando aos estudos e visualizando os benefícios que conquistará quando “chegar lá”.
A título de sugestão: a pessoa pode escrever em detalhes quais as expectativas para a nova carreira; fazer o que chamo de “exercício da semana perfeita”. Ou seja: listar que tipo de vida pretende desfrutar a partir da mudança.
Já em relação à idade, pode soar como um clichê, mas nunca é tarde para concretizar o que está no coração, realizar projetos e alcançar objetivos. Sobre a opinião alheia, bom, ela cabe apenas aos outros. Caso a pessoa não queira lidar com esse tipo de situação, ela não precisa compartilhar os seus objetivos com as outras. Apenas com quem realmente será impactado diretamente pela mudança.
Preparado(a)?