A Região Metropolitana de Campinas (RMC) retomou a geração de vagas de emprego em janeiro passado, após registrar queda em dezembro de 2022, encerrando um ciclo de 11 meses seguidos de saldo positivo. Acelerada pelo setor industrial, a recuperação criou 2.649 postos no mês, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no último dia 9 de março. As indústrias foram responsáveis pela geração de 2.061 novas vagas. O resultado final, no entanto, foi prejudicado pelo desempenho do setor terciário, formado por comércio e serviços, com o fechamento de 1.267 postos de trabalho.
Crescimento, desaceleração. Euforia, depressão. Como não ficar refém da “bipolaridade” da economia, e, por tabela, do mercado de trabalho? Respostas: 1) Planejando a própria carreira profissional. 2) Transformando a visão de curto, médio e longo prazos em metas alcançáveis a partir de objetivos claros. 3) Desenvolvendo novas habilidades constantemente. Em relação ao último tópico, especificamente, acredito que uma competência que precisa ser aprimorada a todo momento é saber se comunicar. Principalmente em público: seja em pequenas reuniões ou apresentações maiores.
Expressar-se com clareza é mandatório a todos que almejam construir uma carreira sólida. É uma habilidade valorizada, independente da área ou do setor de atuação.
As constantes transformações no mercado de trabalho exigem preparo: além de uma formação técnica qualificada, também requer uma comunicação eficiente. É preciso que o profissional desenvolva ideias e seja capaz de transmiti-las assertivamente. A dinâmica do mercado imprime esta necessidade.
Neste sentido, diplomas, especializações e MBAs em instituições de ensino renomadas não
vão ajudar muito se o profissional não souber se comunicar com destreza. Falar com objetividade, segurança e propriedade faz com que o colaborador valorize a empresa que representa, e, claro, a sua própria expertise. O indivíduo que conhece menos, porém se expressa melhor, ganha mais prestígio frente aquele que possui mais conteúdo, todavia não consegue expô-lo aos demais. Nessas horas, o medo, a insegurança e a ansiedade são péssimos aliados: fazem com que o profissional se retraia e não alcance o êxito na apresentação das suas ideias.
Segundo o Psychology Today, a cada quatro pessoas, três têm medo de falar em público. Este é um dos problemas que mais afetam as lideranças ao longo da carreira.
E não há como fugir: cedo ou tarde, será necessário comandar reuniões importantes, apresentar projetos, conceitos ou iniciativas, além de interagir em dinâmicas de grupo. E é nesse momento que o medo pode paralisar. Mas, é preciso vencê-lo.
Tenho algumas recomendações sobre como obter tranquilidade e se preparar melhor antes de cada apresentação. E, principalmente, como estruturar uma linha de raciocínio clara, para que o interlocutor compreenda objetivamente o que vai ser apresentado. Deseja falar melhor em público?
Confira, então, essas 10 dicas rápidas para uma performance arrasadora:
#1 – Prepare-se: para obter segurança, tenha domínio total sobre o assunto que será apresentado. Estude os tópicos principais, as informações específicas e eleve o conhecimento sobre o tema em questão;
#2 – Conheça-se: descubra quais são as suas principais características e qual é o seu estilo de comunicação: carismático? Didático? Entusiasmado? Use os seus próprios recursos pessoais para se comunicar melhor;
#3- Conheça o público: com quem você vai falar e por quê? Conheça o perfil do seu público e o quanto ele sabe sobre o assunto. Com essas informações, será possível se preparar melhor e adaptar a apresentação, visando torná-la mais interessante;
#4 – Organize os pensamentos: sistematize o que você precisará dizer. Raciocine como um professor: agrupe todos os dados e informações de modo que eles tenham sentido, sejam compreensíveis e transmitam claramente a mensagem;
#5 – Resuma as palavras: esclareça logo no início o objetivo da apresentação e exponha os tópicos que serão abordados. Faça isso de forma sucinta e coerente para o outro;
#6 – Calibre a voz: o interlocutor precisa entender o que você diz. Procure não falar nem tão alto, nem tão baixo. Pronuncie as palavras de forma clara, sem atropelos. Faça uma apresentação com energia;
#7 – Faça pausas curtas: elas criam expectativa, por isso são tão importantes na boa comunicação. Intercale o ritmo e fale de forma mais dinâmica: mais rápido em alguns momentos, e pausadamente em outros;
#8 – Cuidado com os vícios de linguagem: quando nervosas, algumas pessoas pronunciam várias vezes a mesma palavra ou expressão. Cuidado com os vícios de linguagem como: “ééééééé”… não deixe que o nervosismo tome conta e acabe com o seu preparo;
#9 – Cuidado com a expressão corporal: sim, o corpo fala. E ele se expressa melhor quando encontra um meio-termo. Movimente-se com parcimônia, de modo a chamar mais a atenção para a informação que está sendo apresentada;
#10 – Seja natural: a espontaneidade aumenta as chances de construir empatia. Mesmo que alguns erros sejam cometidos, no contexto de uma performance natural eles não ganham tanta relevância. A simplicidade conquista.
A propósito: é com uma mistura de gratidão e humildade que passo a assinar a coluna Você Empregado, aqui, no Hora Campinas. A ideia é falar sobre assuntos ligados à carreira, recolocação profissional, a trabalho e emprego, de forma ampla e também específica, com um olhar a partir da realidade da Região Metropolitana de Campinas.
Espero agregar a você, leitor, abordando temas relevantes, oferecendo novas perspectivas e, sobretudo, abrindo mentes e corações para assuntos que interessam a todos nós.